O assédio sexual de rua, uma das formas de violência de género mais prevalente e generalizada, restringe o acesso de muitas raparigas, mulheres e pessoas de género não-binário ao espaço público, apresentando um forte impacto nas escolhas e nas rotinas das minorias. Um acto de assédio sexual de rua, reproduzido por homens de todas as idades, pode causar danos físicos e emocionais nas vítimas, e contribuir para uma redução do sentimento de segurança, aumento da ansiedade e depressão, e recusa no envolvimento na vida cívica. Em situações particulares, o assédio pode transformar-se numa agressão sexual, violação ou ataque à integridade física. Um dos últimos estudos sobre a prevalência da violência de género revelou que 38% das mulheres já foram, em algum momento da sua vida, vítimas de um acto de violência física ou psicológica (Lisboa et al, 2009).